Apesar dos incentivos do Governo Federal para que a economia brasileira seja reaquecida, como o aumento do salário mínimo a partir de janeiro, aliado à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em alguns produtos e consecutivas reduções na taxa básica de juros, os consumidores da região querem gastar menos em 2011 do que no ano passado.
Foi essa a resposta de aproximadamente três em cada quatro pessoas que participaram da enquete realizada pelo Portal Clicatribuna nos últimos dias. Apenas 10% dos internautas afirmaram que têm planos para comprar mais e 14% querem gastar o mesmo de 2010, contra 76% dos que responderam que pretendem gastar menos com os presentes de Natal.
Nas ruas, a situação é quase idêntica. A consumidora Sueli Peruchi disse que quer gastar o mesmo que no ano passado, ou seja, nada. “Sou contra esse consumismo. Acredito que se dá muito valor aos presentes e pouco ao verdadeiro espírito natalino e ao significado religioso”, justificou.
Bernardete Réus não lembra exatamente quanto gastou em 2010, mas tem os planos para este fim de ano bem definidos. “Menos. Eu quero gastar bem menos”, respondeu, com ênfase no “bem”. Cláudio Pacheco tem planos parecidos. “Quero gastar neste ano menos do que no ano passado e no ano que vem ainda menos que neste ano”, afirmou. “Com o tempo, a gente aprende a dar mais valor ao dinheiro e aprende que há coisas mais importantes que os presentes no Natal”, concluiu.
Estímulos não empolgam consumidores na região
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, na última quinta-feira, medidas que reduziram a zero o IPI para fogões e tanquinhos e baixaram em dez pontos percentuais a taxa para máquinas de lavar e geladeiras. No mesmo dia, o Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em meio ponto percentual, fazendo-a chegar a 11%. Foi a terceira redução consecutiva na taxa, que é o principal meio que o BC usa para estimular (quando reduz a taxa) ou desestimular (quando aumenta) a atividade econômica no país.
Os produtos da chamada linha branca já estão com os descontos nas lojas desde então, mas a procura pouco aumentou em Criciúma. “Nas outras lojas da nossa rede, o volume de venda desses produtos aumentou bastante, só que em Criciúma esse aumento foi muito menor”, relata o gerente de loja Celso Costa.
“As vendas devem aumentar mesmo é depois que as pessoas receberem a segunda parcela do décimo (13º salário), porque geralmente se usa a primeira para quitar dívidas”, avalia Costa. Na loja dele, há produtos com até 10% de desconto, cujos preços podem cair até 20% nas compras à vista.